Um fantasma que assusta as mulheres: depressão
Quando bate a depressão
Um dos mais comuns problemas psíquicos da atualidade, a depressão afeta principalmente as mulheres. Porém, livrar-se desse mal pode ser mais fácil do que se pensa.
Tristeza profunda, perda de apetite, falta de vontade para fazer as coisas ou ver pessoas, desânimo, insonia, frustração, falta de libido, ansiedade. Se você está passando por alguns desses sintomas, é melhor prestar atenção: eles podem ser indícios de depressão, uma doença que afeta cerca de 10 milhões de brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde(OMS), no mundo todo, são 100 milhões de pessoas atingidas.
Em uma epóca em que as cobranças – no trabalho, em casa, na vida pessoal – estão cada vez maiores, é até compreensível que muitas pessoas fiquem deprimidas e insatisfeitas com o que são ou como o jeito como estão. Não é á toa que o mal é considerado a “doença do século XXI”. As mulheres são as mais suscetíveis ao problema, já que sofrem de depressão duas vezes mais do que os homens. Estima-se que 20% a 25% das mulheres já sofrem ou sofrerão com esse mal, um número bastante significativo.
A ciência ainda não sabe exatamente o porquê de a incidência ser maior nas mulheres, mas já tem indícios de que os fatores hormonais delas podem contribuir para isso. A variação das concentrações do estrógeno e da progesterona está intimamente ligada á variação da serotonina, um neurotransmissor responsável pela sensação de bem - estar e bom humor. As alterações no ciclo menstrual, gravidez, período do pós - parto, pré- menopausa e menopausa fazem os hormônios delas passarem por uma verdadeira montanha - russa, influenciando diretamente na serotonina. Por isso que as mulheres tendem a ficar depressivas, irritadas, ansiosas em períodos como a TPM, por exemplo.
Quando, porém, esses sentimentos se tornam mais fortes e até incontroláveis, é um indício de que a depressão está se instalando. Nas mulheres, dois períodos comuns de depressão são a menopausa e o período pós- parto. No primeiro caso, a diminuição de hormônios, aliada ás perspectivas da chegada da aposentadoria e da partida dos filhos, pode deprimir muito as mulheres.
Muitas mulheres também são particularmente vulneráveis após o nascimento de um bebê. As alterações hormonais e físicas, assim como as responsabilidades adicionais de uma nova vida materna, podem ser fatores que levam á depressão pós-parto. Mas há outros períodos da vida feminina em que a doença pode ser identificada. “Quadros depressivos aparecem mais frequentemente pela primeira vez no fim da adolescência e início da idade adulta. No entanto, podem ocorrer em todas as idades da mulher, da infância á terceira idade”, afirma o psiquiatra e psicanalista Mario Louzã, médico assistente do instituto de Psiquiatria do Hospital de Clínicas da USP.
Tristeza x depressão
O importante é diferenciar um período de tristeza de um sintoma de depressão, o que ainda é muito difícil para muitas pessoas que passam pelo problema.
Sentir-se triste e deprimido é normal; desde que esses sentimentos não se tornem duradouros demais. Se a tristeza estiver constante por mais de duas semanas, é importante buscar ajuda. O diagnóstico da depressão requer avaliação especializada e é feito a partir do relato minucioso das queixas da paciente. É importante que a pessoa procure um médico, uma vez que a depressão instalada pode alterar o comportamento físico emocional, não permitindo que a pessoa viva sua vida normalmente.
Pesquisas mostram que, na depressão, o cérebro passa por alterações químicas nos neurotransmissores, como a noradrenalina e a serotonina. Os antidepressivos corrigem essas alterações, promovendo o reequilíbrio químico no cérebro. A melhora da doença ocorre gradualmente com o medicamento. “ Em muitas circunstâncias, principalmente se não for tratada, a depressão pode se tornar crônica, perdurando por anos, sem períodos de melhora total”, alerta o psiquiatra. “ Depressão é uma doença frequente para a qual dispomos de recursos terapêuticos mito eficazes. Por ser uma doença relativamente fácil de tratar é importante vencer os preconceitos e buscar tratamento tão logo os sintomas sejam percebidos. O resultado certamente será uma melhora significativa da qualidade de vida”, conclui.
Alimentação contra
a depressão
Por meio de uma alimentação adequada é possível combater alguns sintomas da depressão. Alguns nutrientes causam bem-estar por possuírem substâncias capazes de influir no humor e provocar uma sensação de prazer e satisfação . Os carboidratos (ricos em dopamina e serotonina), os triptofanos, os ácidos graxos e as vitaminas do Complexo B contribuem para que nos sintamos melhor.
Quais os alimentos ricos nesses nutrientes? Para você não se perder, fizemos uma listinha: leite e produtos lácteos, peixes, carnes magras, legumes, frutas secas, chocolate, frutas, ovos, verduras, cereais e farinhas integrais(massas em geral) além de sementes e grãos.
Texto de: Rafael Tonon
É depressão?
Muita gente usa o termo “deprimido” como sinônimo de “triste”. É um equívoco. Depressão não é uma tristeza episódica, mas uma doença mental que influi sintomas físicos.
Veja se você sofre ou não do problema:
1- Você se sente sem energia para realizar tarefas que eram cumpridas sem esforço?
a) sim b) não
2- Você é assolado com frequência por um sentimento de vazio ou quadros de ansiedade?
a) sim b) não
3- Você sente que abandonou o seu projeto de vida?
a) sim b) não
4- Está difícil tomar decisões, concentrar-se no trabalho ou lembrar fatos ocorridos recentemente?
a) sim b) não
5- Você perdeu o interesse pelas atividades físicas?
a) sim b) não
6- Você não consegue dormir, acorda no meio da noite ou dorme demais?
a) sim b) não
7- Você engordou ou emagreceu muito sem ter feito nada para isso?
a) sim b) não
8- Você sente com frequência dor de cabeça, de estômago ou na coluna?
a) sim b) não
9- Você anda mais irritado que de costume?
a) sim b) não
10- Você gostaria de ficar sozinho a maior parte do tempo?
a) sim b) não
Resultado
Se você respondeu “sim” a mais de cinco questões, é bom procurar ajuda médica. Tratada a tempo, a depressão pode ser controlada.
(Este teste não substitui um diagnóstico médico)
Simples assim...
imagens:www.corbisimages.com
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